Jorge Koch confirma pré-candidatura a deputado estadual pelo MDB com apoio de Volnei Weber

O ex-prefeito de Orleans, Jorge Koch, esteve nos estúdio do Jornal da Guarujá nesta segunda-feira, 14, e confirmou oficialmente sua pré-candidatura a deputado estadual pelo MDB. A decisão contou com o apoio direto do atual deputado Volnei Weber, que anunciou que não disputará a reeleição em 2026.
“Foi o próprio Volnei que me procurou no final de dezembro, início de janeiro. Ele disse que estava cansado, que precisava dar atenção à família e às suas empresas, e falou que só abriria mão do mandato se eu aceitasse ser o pré-candidato”, contou Koch.
Segundo ele, a decisão não foi imediata. “Na hora eu pedi um tempo. Foi muito rápido, eu jamais imaginava que o Volnei não fosse mais concorrer. Mas em março aceitamos o desafio”, afirmou.
Apoio expressivo
A pré-candidatura de Koch foi lançada oficialmente em 29 de março, em evento que reuniu lideranças de 65 municípios da região. “Mais de mil lideranças estiveram conosco: vereadores, prefeitos, vices, presidentes de diretórios. Foi um primeiro passo muito importante”, destacou.
Ele também ressaltou o trabalho de Volnei Weber na região. “Em Orleans foram mais de R$ 7 milhões, em São Joaquim mais de R$ 10 milhões, em Braço do Norte, só para o hospital, foram R$ 9 milhões. Ter um deputado atuante faz toda a diferença.”
Jorge Koch explicou que, apesar da confirmação, a campanha ainda está em fase inicial. “Faz apenas 30 dias da nossa decisão. Agora é hora de contratar equipe de marketing, gente que entenda como conquistar o voto fora do nosso município. Vamos nos organizando aos poucos”, afirmou.
Ele garantiu que o gabinete de Volnei Weber continuará atuando normalmente. “O Volnei ainda tem dois anos de mandato, vai continuar entregando emendas, com minha presença junto, e isso ajuda muito nesse começo.”
MDB no Sul e articulações estaduais
Sobre o cenário eleitoral, Koch afirmou que o MDB no Sul deverá contar com duas candidaturas principais para a Assembleia Legislativa: a dele e a do deputado Thiago Zilli. “Na última eleição tivemos o Volnei e o Thiago. Agora, com o Volnei fora, eu entro. Pode ser que apareça mais um nome, é natural, o partido precisa de legenda.”
Já sobre a vaga para deputado federal, Koch admite que o partido ainda busca um nome. “Temos conversado com lideranças da região de Tubarão, da Amurel, mas ninguém confirmou ainda. Estamos aguardando.”
Koch também comentou a dificuldade do MDB em encontrar candidatos, algo que era impensável em eleições anteriores. “O MDB é o único partido que tem 52 anos com o mesmo nome. Todos os outros mudaram de nome, de sigla, de liderança. Mas é claro que perdemos muitos militantes ao longo do tempo, seja por falecimento ou por migração para outros partidos.”
Segundo ele, o partido precisa reencontrar sua identidade. “A maioria do MDB hoje é de direita, e é isso que precisamos deixar claro. Não temos ligação com o Lula. O problema é que no Nordeste o MDB é governista, aqui no Sul não. Isso nos descaracteriza.”
Sobre o cenário nacional, Koch acredita que o MDB na região Sul, deve apoiar um nome da direita, caso Bolsonaro não possa concorrer. “Se o Bolsonaro for candidato, vamos com ele. Mas se não for, o Tarcísio de Freitas é um excelente nome. Ele consegue unir o centro e a direita. O próprio Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, deve estar com ele.”
Santa Catarina e a disputa estadual
No contexto catarinense, Jorge Koch apontou que o MDB trabalha com o nome do deputado Carlos Chiodini como pré-candidato ao governo. “O Carlos tem rodado bastante, visitado várias regiões. Mas, se não for ele, o plano B é ser vice do Jorginho Mello. Já estamos ocupando espaços no governo com as secretarias da Agricultura, Meio Ambiente e Infraestrutura.”
Chiodini esteve em Orleans no último fim de semana, visitando propriedades rurais e conversando com lideranças locais. “Mostramos o potencial agrícola de Orleans, os investimentos em suinocultura, vinhos e cachaça artesanal. Temos muito a oferecer”, disse Koch.
Gestão municipal atual
Sobre a nova gestão municipal, liderada pelo prefeito Fernando Cruzetta, Koch evitou críticas. “É cedo para avaliar. Foram apenas três meses. Prefiro aguardar seis meses, um ano, para fazer uma análise mais justa. Mas desejo sucesso, porque quem ama Orleans quer que o município vá bem, independentemente de quem esteja no comando.”
Com trajetória que inclui 27 anos como delegado, presidência da FECAM e dois mandatos como prefeito, Jorge Koch diz estar pronto para representar a região na Assembleia Legislativa. “Quero ser deputado para ajudar. Amo Orleans, moro aqui, minha família está aqui. Não vou retaliar ninguém, quero trazer recursos e melhorar a vida das pessoas.”
A segurança pública é uma das bandeiras que pretende defender. “Feminicídio é uma tragédia. Em um ano, 1.450 mulheres foram assassinadas dentro de casa. Precisamos entender o porquê e agir. Com mais políticas públicas, mais viaturas, mais efetivo.”
Koch já iniciou as visitas aos municípios catarinenses. “Nesses últimos 30, 40 dias, percorri mais de 70 cidades. Hoje estarei em Criciúma, amanhã talvez em Florianópolis. Saio de casa com foco, com propósito. Estou conhecendo melhor nossa região e conversando com as pessoas sobre esse projeto.”
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