Joel Cavanholi reassume a presidência da Câmara de Orleans e diz que polêmica sobre articulação na mesa diretora é “dor de cotovelo”
O vereador Joel Cavanholi volta a ocupar, nesta terça-feira (9), a presidência da Câmara de Vereadores de Orleans após oito dias atuando como prefeito em exercício. O retorno ocorre às vésperas da eleição da nova mesa diretora, marcada para segunda-feira, dia 15, e que deve confirmar o vereador Murilo Hoffmann (Novo) como presidente
A transição entre Executivo e Legislativo reacendeu tensões políticas e gerou embates públicos, especialmente depois de declarações feitas pelo vereador Dovagner Baschirotto (MDB), que desagradaram o presidente.
Cavanholi admitiu ter ficado incomodado com as falas de Dovagner. “Eu fico aborrecido, sabe? Porque estão mexendo numa coisa que eu já falei. Eu já dei o meu contexto em relação ao que está acontecendo na mesa diretora”, afirmou.
Segundo ele, houve conversas com quase todos os vereadores sobre a eleição. “Conversei com a Mirelle (PSDB), conversei com a vereadora Chiquetosa (Marlise Zomer) (PSDB) e conversei com o Dovagner (MDB). A única que eu não conversei foi com a Maiara (MDB). Nunca neguei isso.”
Sobre a entrevista concedida pelo vereador Dovagner Baschirotto ao Jornal da Guarujá, nesta segunda-feira, 8, Cavanholi diz que interpretou as críticas como uma tentativa de aumentar o desgaste político. “Estão querendo fazer um alarde. Quanto mais falam meu nome, mais estão colocando em evidência.”
O presidente relatou ainda que durante a sessão da Câmara de Vereadores, ocorrida ontem, Dovagner o procurou para amenizar a situação:. “Ontem o Dovagner me procurou na sessão e me disse pra não levar para o coração. Ele sabe que é coisa política.”
Para Cavanholi, o movimento é motivado por ressentimento. “É dodói, é dor de cotovelo. Eu nunca tive oportunidade? Como eu tive oportunidade, estou sabendo aproveitar.”
Atuação como prefeito em exercício
Durante os oito dias em que assumiu o Executivo, Cavanholi afirmou que aproveitou o período para agilizar demandas represadas. Ele citou ações como:
- 2.330 exames liberados, que estavam parados havia três meses;
- encaminhamento para 30 novas casas pela área social;
- R$ 776 mil em emendas destinadas na última semana;
- articulação de quase R$ 1 milhão em recursos previstos para fevereiro;
- R$ 229 mil para reforma do pronto-socorro.
Joel Cavanholi afirma que os dias em que esteve à frente da administração municipal de Orleans representaram um período de grande aprendizado. “Fui amadurecendo muito. Sei como funciona o Executivo por dentro agora. Isso é aprendizagem e fortalecimento.”
Estratégia e articulação na mesa diretora
Durante a entrevista, Joel Cavanholi reconheceu que atuou para tentar influenciar a composição da mesa diretora. “Obviamente, eu sou um cara esperto. Eu não ia deixar a mesa diretora, com certeza. Se não houvesse outra alternativa, fui buscar sim alternativa pra botar a mesa diretora numa mão certa, não errada.”
Ele afirmou que colocou seu próprio nome e o da vereadora Jana Coan (PL) como possibilidades, e que isso era conhecido internamente.
“Dei o nome da Jana, sim. Dei o meu nome. O próprio Fernando Cruzetta (PP) sabia disso. Conversei 60 dias com eles. Foi uma tática minha.”
O vereador criticou colegas que, segundo ele, interpretaram a movimentação como traição.
“Essa conversa que ele (Dovagner) falou aí é falta de ética dele. Era a oportunidade dele também de ser presidente da Casa, mas assim, ele perdeu a dele.”
Relação com Murilo Hoffmann e posição para o dia 15
Questionado sobre o voto para a presidência, o vereador afirmou que ainda não houve uma conversa formal com o candidato favorito:
“O Murilo Hoffmann não me procurou ainda. A gente jantou junto no CTG, ele disse que precisávamos conversar, mas ainda não me procurou. Para a mesa diretora é necessário conversar, tem que alinhar. O Murilo tem respaldo, mas precisamos ajustar. Não conversamos por falta de oportunidade ou porque ele quer achar o momento correto.”
Ainda durante a entrevista Joel pediu responsabilidade aos vereadores no ano pré-eleitoral.“O que não pode é o ano que vem Orleans cair em mãos erradas e travar. Temos bom índice de arrecadação, temos o governador ao nosso lado. Não podemos travar o gestor.”
Segundo ele, a disputa interna não pode prejudicar a população. “Não podemos errar. Não podemos ser incoerentes. A população já sofre muito.”
O vereador e presidente do legislativo orleanense falou também sobre os ataques sofridos desde o início de seu mandato. “Desde a primeira sessão ficam querendo bater em mim. Quanto mais vocês me batem, mais eu apareço e mais eu faço pela população.”
E mesmo diante de todo embate sobre a eleição para a mesa diretora, Cavanholi garante que da parte dele esta é a ultima vez que ele fala sobre o assunto. “Isso é dor de cotovelo e para mim acabou. Eu enterro isso. Vocês querem continuar? Vão falando, mas eu não vou mais entrar nesse jogo.”
Ao final da entrevista o vereador disse querer estabilidade e maturidade política no próximo ano. “Entrei de cabeça erguida e vou sair de cabeça erguida da presidência. Eu tenho esperança que teremos uma Orleans ainda melhor. É isso que eu torço como cidadão e como político.”
A eleição da mesa diretora ocorre na segunda-feira (15), na última sessão ordinária do ano, e deverá definir o comando político da Câmara para 2026.
Confira entrevista completa
https://www.youtube.com/watch?v=3YikkssUwnc