Prevenção salva vidas: diagnóstico precoce é aliado no combate ao câncer de boca
O câncer bucal é uma doença que tem crescido e preocupa profissionais da saúde, principalmente por afetar muito mais homens do que mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 15 mil novos casos são registrados anualmente no país, e aproximadamente 72% deles ocorrem em homens. Tabagismo e consumo excessivo de álcool continuam como os principais fatores de risco.
Para explicar como identificar e prevenir a doença, o Jornal da Guarujá conversou com a cirurgiã-dentista Samia Ahmad, especialista em prótese e implantes dentários, cirurgia oral e harmonização facial.

A profissional explicou que o câncer bucal é um tumor maligno, caracterizado pelo crescimento descontrolado de células, que pode surgir tanto dentro da boca como nos lábios. Ela destacou que as áreas mais afetadas costumam ser língua, gengiva, bochechas, céu da boca e região abaixo da língua.
De acordo com a dentista, o primeiro sinal costuma ser uma lesão persistente.
“Ele começa muitas vezes como uma feridinha que não cicatriza, muita gente confunde com afta, mas quando passa desse tempo (geralmente falamos em 15 dias ), é um alerta”, afirmou.
Samia ressaltou também que, em geral, a doença é silenciosa nos estágios iniciais, o que torna as consultas periódicas ao dentista essenciais.
“O câncer de boca não costuma apresentar sintomas no início. A consulta com o cirurgião-dentista a cada seis meses é o ideal para avaliação e prevenção”, observou.
Homens acima dos 40 anos são os mais afetados
A dentista destaca que os homens, sobretudo acima dos 40 anos, têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Ela explicou que o histórico maior de tabagismo e consumo alcoólico nessa população contribui significativamente para o risco.
Segundo ela, quando os dois hábitos estão associados, o perigo aumenta substancialmente.
“O fumo e o álcool associados aumentam em até 15 vezes o risco de câncer de boca”, alertou.
Samia também lembrou que as regiões Sul e Sudeste registram maior incidência e mortalidade pela doença, não apenas pelo perfil populacional mais envelhecido, mas também pela exposição solar relacionada ao trabalho rural e pela maior capacidade de diagnóstico especializado.
Embora existam tratamentos, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia, a dentista reforça que a prevenção e o diagnóstico precoce são determinantes no desfecho da doença.
“O diagnóstico precoce aumenta muito a taxa de cura. A prevenção é sempre o melhor caminho”, afirmou.
Ela relatou sua experiência clínica e reforçou a importância de procurar atendimento ao notar alterações na boca.
“Já acompanhei alguns casos ao longo da minha carreira. Quando o diagnóstico é precoce, a chance de recuperação é quase 100%”, relatou a profissional.
Samia lembra que hábitos saudáveis e acompanhamento odontológico são fundamentais. “Cuidar da saúde bucal vai além da estética. É prevenção, é qualidade de vida.”
Consultas podem ser agendadas diretamente no consultório, localizado em frente ao Hospital de Braço do Norte, ou pelo Instagram: @dra.samiaahmad.
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