Para uma melhor experiência neste site, utilize um navegador mais moderno. Clique nas opções abaixo para ir à página de download
Indicamos essas 4 opções:

Google Chrome Opera Mozilla Firefox Microsoft Edge
Ok, estou ciente e quero continuar usando um navegador inferior.

Especialista explica riscos do metanol e alerta sobre bebidas adulteradas

Por Rádio Guarujá06/10/2025 10h42
Foto/gerada por IA

Diante do aumento dos casos de intoxicação por metanol em bebidas destiladas, o Jornal da Guarujá conversou na manhã desta segunda-feira (6) com a professora do curso de Engenharia Química da Unesc, Nikelli Rabelo, que explicou o que é essa substância, por que ela é tão perigosa e como agir diante de suspeitas.

Segundo Nikelli, o metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico orgânico de fórmula molecular CH₃OH, pertencente à função álcool. “Ele é caracterizado pelo grupo hidroxila ligado a um átomo de carbono saturado. É um líquido incolor à temperatura ambiente e o seu odor é muito característico e semelhante ao do etanol, o álcool comum das bebidas”, explicou.

A professora destacou ainda que o metanol “é totalmente miscível com a água e também com outros solventes orgânicos”, e que a sua chama, quando queimada, “é quase invisível, o que o torna perigoso, além de ser altamente tóxico, tanto na ingestão, quanto na inalação ou pela própria absorção pela pele”.

Por que o metanol faz mal ao corpo humano

Nikelli esclarece que o perigo do metanol está no modo como o corpo o processa. “Quando o metanol é ingerido, ele é metabolizado pelo fígado, transformando-se em formaldeído e depois em ácido fórmico, que são altamente tóxicos ao organismo”, disse.

Segundo ela, os sintomas não aparecem imediatamente. “Nos primeiros momentos, a pessoa pode se sentir como se estivesse embriagada. Os sintomas demoram de 6 a 12 horas, às vezes até mais, e começam com desconforto abdominal, visão turva, tontura e vômitos. É fundamental procurar o hospital imediatamente para um tratamento adequado.”

Tratamento e antídotos

Sobre o tratamento, a professora explicou que existem dois principais. “O mais comum é o uso de etanol puro, aplicado na veia. O etanol compete com o metanol pela mesma enzima que o converte em substâncias tóxicas. Essa enzima prefere metabolizar o etanol, o que dá tempo para o corpo eliminar o metanol de forma mais lenta e segura.”

Nikelli também mencionou o uso de hemodiálise, em casos mais graves, “para purificar o sangue e eliminar o metanol”. Outro antídoto possível é o fomepizol, mas, “pelas notícias recentes, esse medicamento está em falta no Brasil”.

Por que aparece em bebidas adulteradas

A professora explica que o metanol pode até aparecer naturalmente em pequenas quantidades durante a fermentação alcoólica, mas os processos industriais corretos eliminam completamente esse resíduo. “As bebidas destiladas regulares são altamente purificadas e isentas de contaminantes tóxicos”, afirma.

O problema, segundo Nikelli, está na adulteração criminosa. “O que está acontecendo é que pessoas estão pegando o metanol, que é produzido a partir de gás natural convertido em monóxido de carbono e hidrogênio, e depois transformado em metanol por reação catalisada e adicionando em bebidas destiladas. O metanol é incolor, tem odor e gosto muito semelhantes ao etanol, o que facilita a confusão e torna a situação muito perigosa.”

Como identificar e evitar riscos

Para evitar riscos, a professora reforça a importância de verificar a procedência das bebidas. “É sempre bom olhar o rótulo, o lote, a validade, o CNPJ e quem fabricou. O ideal é comprar de fontes confiáveis”, recomenda.

Confira entrevista completa

0
0

Compartilhe essa notícia

VER MAIS NOTÍCIAS