Para uma melhor experiência neste site, utilize um navegador mais moderno. Clique nas opções abaixo para ir à página de download
Indicamos essas 4 opções:

Google Chrome Opera Mozilla Firefox Microsoft Edge
Ok, estou ciente e quero continuar usando um navegador inferior.

Vereador Murilo Hoffmann explica voto contra a reforma administrativa em Orleans

Por Rádio Guarujá17/09/2025 11h52
Foto/Redação

O vereador Murilo Hoffmann (Novo) foi um dos seis vereadores que votaram contra o Projeto de Lei Complementar 0014/2025, de autoria do Poder Executivo, durante a 33ª sessão ordinária, realizada no dia 8 de setembro. A proposta, que prevê alterações na estrutura, organização e funcionamento do Executivo Municipal, conhecida como reforma administrativa, tornou-se o assunto mais comentado na cidade desde então. A votação marcou a primeira derrota do prefeito Fernando Cruzetta (PP) desde que assumiu a prefeitura de Orleans.

A proposta envolvia mudanças em cargos, salários e funções, e embora o Novo tenha votado junto à base governista em projetos anteriores, Murilo se posicionou de forma independente e justificou seu voto com base em critérios técnicos e de responsabilidade fiscal.

Em entrevista ao Jornal da Guarujá nesta quarta-feira (17), Murilo explicou que começou a analisar o projeto desde sua primeira tramitação, ainda nas comissões da Câmara. “Como primeiro secretário, todos os projetos passam por mim antes de entrarem na pauta. Ao ler a justificativa do projeto do prefeito Fernando Cruzetta, já identifiquei alguns pontos que não condiziam com os princípios do nosso partido, o NOVO preza por uma gestão mais enxuta.”, disse.

Segundo o parlamentar, a proposta não apresentava análise de impacto orçamentário e incluía cargos que, na avaliação do jurídico do partido, deveriam ser ocupados por concursados e não por comissionados. “Não podemos aprovar algo sem saber quanto vai custar, de onde virá o recurso e quem será responsável. Seria um cheque em branco para a administração”, afirmou.

Murilo detalhou todo o processo de discussão que teve a presença do procurador-geral do município, Italo Zomer  e do secretário de administração Airton Bratti Coan, consultas às lideranças do partido, pedido para que o líder do governo na Câmara, o vereador Osvaldo Cruzetta (PP), retirasse temporariamente a pauta para ajustes, e reuniões online com o Departamento de Apoio ao Mandatário (DAM) do Novo, em nível estadual. O parecer jurídico resultante dessas análises foi contrário ao projeto, o que fundamentou seu voto.

“Quando recebi o parecer técnico do nosso jurídico estadual, que se manifestou contrário. Sugeri ao prefeito que retirasse o projeto da pauta para ajustes, mas ele manteve. Diante disso, mantive meu voto contra”, explicou Murilo Hoffmann.

Além das questões financeiras e de cargos, o vereador citou a necessidade de transparência e cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e da LDO. Ele também analisou o impacto político da votação.

“O Novo não é situação nem oposição; nossa atuação é independente. Nosso objetivo é votar pelo que é correto para Orleans, sem qualquer interesse pessoal”, afirmou Hoffmann.

O presidente do Novo em Orleans, Joel Niero, reforçou a independência do partido e a autonomia de Murilo na decisão.

“O vereador Murilo tem liberdade total para decidir conforme nossas convicções. Nosso foco é sempre o que acreditamos ser melhor para Orleans”, disse Niero.

Anteriormente, em entrevista ao Jornal da Guarujá, o vereador Osvaldo Cruzetta (PP) mencionou Joinville, município administrado pelo prefeito Adriano Silva, do Partido Novo, mesmo partido de Murilo Hoffmann, onde já houve uma reestruturação administrativa. Questionado sobre a comparação, Murilo explicou por que considera o paralelo inadequado, sobretudo em relação ao número de cargos comissionados.

“Em Joinville, com 650 mil habitantes, há 556 comissionados, menos de um por mil habitantes. Em Orleans, com 24 mil habitantes, temos 50 comissionados, quase o dobro por mil habitantes. São realidades totalmente diferentes e não se pode comparar diretamente”, afirmou.

Sobre rumores e comentários nos bastidores de que o voto contrário teria relação com cargos ou acordos políticos, Murilo e Joel foram enfáticos.

“Desde o início, o Novo deixou claro que não buscaria secretarias ou cargos. O partido atua apenas na função legislativa, de forma independente, votando pelo que é correto para a cidade. Não houve negociação de bastidores nem interesses pessoais”, disse Joel Niero. O presidente do Novo informou ainda que em nenhum momento recebeu alguma proposta desse tipo.

O vereador também explicou os próximos passos: caso o projeto retorne à Câmara com ajustes técnicos e orçamentários, ele poderá reconsiderar o voto, mas manterá o compromisso com responsabilidade fiscal, transparência e legalidade.

“Nosso objetivo é o crescimento de Orleans de forma planejada e sustentável. Vamos apoiar projetos claros, bem fundamentados e que realmente beneficiem a população, independentemente de alinhamento político com o Executivo”, concluiu Hoffmann.

Sobre a ausência de entrevistas imediatamente após a votação, Murilo comentou que a sessão foi tensa e preferiu analisar antes de se pronunciar, enquanto Joel destacou que o partido aguardou a poeira baixar para não inflar a polêmica e garantir que a mensagem do Novo fosse transmitida com clareza.

“Não quisemos nos pronunciar de imediato. Era importante deixar a poeira baixar. O Novo não é traidor de Orleans; nosso voto foi pelo bem do município, e daqui a alguns meses ficará claro que o Murilo tomou a decisão correta”, afirmou Niero.

Confira entrevista completa

0
0

Compartilhe essa notícia

VER MAIS NOTÍCIAS